Como pais separados administram passar com os filhos a noite de Natal? Há quem não goste do Natal, mas convenhamos, a data pode fazer alguns pequenos milagres, principalmente em relações que foram despedaçadas no passado.
Há bonitas histórias de como os pais colocam todos os seus conflitos de lado e se unem para os dias de Natal, com o objetivo de promover às crianças um momento de união e alegria. É claro que, dependendo de como foi o divórcio, as feridas podem ser recentes, profundas e dolorosas demais para um reencontro nestas circunstâncias. Assim, essas situações precisam ser evitadas ou contornadas.
Muitas variáveis entram em jogo para casais separados que têm filhos:
• Nunca viveram juntos: pai / mãe por presentes, mas não regularmente;
• Casados ou em união estável e agora estão divorciados / separados;
• Divorciados: um dos parceiros com novo companheiro (a);
• Divorciados: ambos com novos companheiros.
O que realmente poderia ajudar a criar a paz e a boa vontade nesta época? Aqui estão algumas pequenas dicas que podem facilitar a vida:
• Pensem nas crianças primeiro: pode ser que para as crianças não seja a melhor alternativa ter os pais separados na mesma sala no Natal. Eles podem sentir que estão fazendo o jogo da “família feliz”. Se eles tem idade suficiente para expressar ideias e emoções, verifique quais as suas opiniões. Faça isso com cuidado, pois seu objetivo não é magoar os seus filhos diante de um tema tão sensível. Envolva as crianças nas escolhas, mas não nos seus problemas e preocupações. Caso não exista "clima" entre os pais para passarem juntos de seus filhos na noite e almoço de Natal, pode ser que a ideia de “revezar os pais” seja a melhor escolha para eles. As datas festivas podem ser combinadas e alternadas entre os pais (ano com um, ano com o outro).
• Planos: planeje os dias 24 e 25 com antecedência, para que todos possam se acostumar com a ideia. Avise todos que participarão da ceia ou do almoço.
• Presentes: se as crianças têm idade suficiente para fazer uma lista de desejos de Natal, seria ideal que os pais a compartilhassem (em escolha e despesas). Caso compartilhar as despesas dos presentes não seja possível, não pense em competir nos presentes. Tentar prever e escolher um presente mais caro que o seu ex-companheiro (a) não o (a) tornará uma pai / mãe melhor. Evite promessas que não possam ser cumpridas, pois a decepção é resultado das expectativas. Se você não convive diariamente com as crianças, procure saber sobre o que elas já possuem e do que precisam. Evite excessos desnecessários.
Lembre-se sempre: os pais devem conversar sobre a educação dos filhos, para que a postura seja idêntica em relação aos limites. Além disso, presente não substitui amor, afeto, presença e amizade.
Um abraço para todos.
Ana Brocanelo – Advogada.
OAB/SP:176.438 | OAB/ES: 23.075
Fonte: Tribuna do Ceará. "Pais separados e a época do Natal.". Por Lila Rosana (texto editado). http://goo.gl/xCGwbv