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Como ajudar as crianças a lidar com o divórcio?

Um divórcio afeta a todos. A perda de uma vida compartilhada e ter que desistir da ideia de um futuro em conjunto para a família é na maior parte das vezes doloroso. A maioria das pessoas consegue se ajustar à nova condição, mas este pode ser um longo caminho, com momentos em que não se consegue ver como as coisas ficarão. Você precisará fazer concessões a si mesmo e aos seus filhos por algum tempo – às vezes por muitos anos. Mas é importante saber que, antes que você possa fornecer apoio aos seus filhos, você mesmo precisa se sentir apoiado.

 

• O que as crianças precisam saber?

Você não precisa contar para a sua criança todos os detalhes a respeito do rompimento com seu ex-parceiro, mas é importante que elas conheçam os fatos a respeito do futuro delas. Por exemplo, quando verão seu pai (ou mãe) e seus avós, tios, tias e primos; e se irão mudar de residência, ou de escola.

 

• Como as crianças expressam seus sentimentos?

As crianças, tal como os adultos, reagem de maneira própria ao stress e à infelicidade. Suas reações variam também de acordo com a idade:

 

- Antes dos cinco anos: as crianças pequenas geralmente passam por estados de ansiedade quando são separadas de um dos pais. Essa ansiedade geralmente aparece como choro, agarramentos e comportamentos difíceis. Com o stress adicional da dissolução da família, é de se esperar que a criança encontre ainda mais dificuldade em lidar com separações e mudanças. Ela pode demonstrar grande relutância a deixar você na hora da visita do pai (ou mãe) e, depois, ter um acesso de raiva no momento de se despedir e voltar para casa. Isto é estressante para todos, embora, devido às circunstâncias, seja natural.

 

- Seis a onze anos: durante os anos seguintes da infância, as crianças já possuem uma compreensão melhor daquilo que está ocorrendo, mas ainda são incapazes de lidar com o conflito de lealdades que surge com uma separação. Podem até se sentir responsáveis pelo problema e experimentar sentimentos de culpa. Elas precisam que você aceite que estão passando por esse momento conturbado e que você entenda que externalizem isto com quem os rodeia, antes de conseguirem retomar sua estabilidade. A escola às vezes pode se tornar um porto seguro para a criança, mas você precisa ser paciente se elas não conseguirem mais lidar tão bem com os amigos e com a própria escola.

 

- Adolescência: Este é um momento importante para que o jovem descubra seus próprios sentimentos e sua identidade. Para um (a) adolescente, a separação dos pais faz com que se sinta inseguro (a) no momento em que ele (a) mesmo (a) começa a se desligar da família, como parte de seu desenvolvimento normal. Os adolescentes também se sentem culpados, porque acham que causaram a separação. Certos adolescentes lidam com isso demonstrando uma atração frenética por independência, como uma maneira de não encarar o que realmente está acontecendo em casa. Para outros a incerteza pode fazer com que se apeguem mais à família. É importante para os adolescentes manterem contato com o pai do mesmo sexo.

 

A criança que demonstra pouco e aliena-se é a que nos deve preocupar mais. Você deve cuidar de oferecer a essa criança todo o tempo e consideração que ofereceria se os problemas fossem mais evidentes. Se você não tem certeza com relação ao tipo de preocupação que deveria ter, talvez ajude conversar com o professor de seu filho, ou com seu médico, ou com a assistente de saúde, para saber se você precisa de alguma outra ajuda externa.

 

• Disciplina:

As crianças provavelmente sentirão muita inconsistência dos adultos que estão sofrendo, preocupados com a separação. Como resultado disto, a disciplina será provavelmente uma questão mais difícil a se lidar do que antes. Você pode ficar ansiosa (o) sobre o que os seus filhos estão liberados para fazer quando estão com seu (sua) ex-parceiro (a), ou poderá descobrir que seu (sua) novo (a) parceiro (a) encara a disciplina de modo diferente.

 

• Novas famílias:

Quando as famílias se dissolvem, geralmente formam novas famílias. Se você tem um novo parceiro, tem também a esperança de construir um novo futuro para a sua família, juntos. Você precisa se lembrar que pode estar pedindo muito a seus filhos em um momento em que estão tentando administrar a perda de um dos pais. Eles têm que:

 

- Aprender a lidar com o novo adulto, que parece ter assumido o lugar que era da mamãe ou do papai;

 

- Conhecer novos avós, irmãos e, é claro, os bebês que virão do novo relacionamento;

 

- Discriminar as antigas lealdades e os novos sentimentos de ciúme;

 

- Acostumar-se a diferentes maneiras de fazer as coisas e novos arranjos de moradia, tais como compartilhar com outros o quarto de dormir.

 

Mesmo para as crianças muito pequenas, é importante deixar claro que o (a) seu (sua) novo (a) parceiro (a) não se tornou, automaticamente, um novo papai ou uma nova mamãe. Um relacionamento tão íntimo só pode se desenvolver com o tempo – e mesmo assim apenas se o novo pai (ou nova mãe) e o (a) novo (a) filho (a) desenvolverem esse sentimento um (a) pelo (a) outro (a). É melhor, nesse meio tempo, aceitar que uma certa distância seja inevitável e mais respeitosa para todos os envolvidos. Seu (sua) ex-parceiro (a) também não quer sentir que outra pessoa está ocupando o seu lugar como papai, ou mamãe. Se você conduzir as coisas com vagar, será possível acertar um arranjo que seja plausível para todos.

 

Um abraço para todos.

Ana Brocanelo – Advogada.

OAB/SP:176.438 | OAB/ES: 23.075

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