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Bem me quer, mal me quer. É possível superar as dificuldades do casamento?

Neste estressante tempo em que vivemos, quando se fala em vida conjugal toca-se num dos mais delicados aspectos da problemática humana. Não por acaso o índice de separações e divórcios é um dos mais elevados nas estatísticas sociais. De fato, não deveria ser assim. Reza a tradição que os casamentos se realizam no céu, mas se assim fosse não haveria motivo para tantas separações, não raro marcadas por incontido despeito e, por vezes, até ódio. São tantos os fatores que concorrem para a desarmonia entre um casal que dá para desanimar. Isso nos leva a questionar se não seria melhor inventar outra forma de união que fosse mais compatível com os tempos atuais.

 

É uma reflexão importante na medida em que as separações provocam um outro tipo de problema social: o da formação das novas gerações que sofrem com esses conflitos. É cada vez mais elevado o número de crianças que vivem em lares desfeitos e que se sentem desamparadas e debilitadas. A proposta original do casamento era a de que os cônjuges deveriam se complementar e cooperar um com o outro, estando vigilantes quanto às próprias fraquezas e sendo mais tolerantes com os defeitos do companheiro para poder superá-los. Mas não é isso que se observa, atualmente, na maioria das uniões. Talvez porque há falta de preparo para a vida, o que cria muita fantasia a respeito do casamento. Os problemas começam a aparecer justamente quando a fase da fantasia passa e se inicia a realidade, surgindo junto com ela a intolerância e o desencanto.

 

Entre os fatores que mais contribuem para a desarmonia é, sem dúvida, o aspecto econômico, somado à influência dos meios de comunicação que pregam um consumismo exagerado. Artigos na mídia, programas de televisão e as campanhas publicitárias induzem a um consumo excessivo de produtos, muitas vezes desnecessários, seduzindo as mulheres através da sua vaidade. Os homens, de outra parte, sentem-se ameaçados pelo aumento dos gastos de suas companheiras. Muitos, inclusive, têm verdadeiro horror aos shopping centers e supermercados. Eles chegam a ficar desesperados para ir embora logo, temendo o tamanho da conta.

 

Em alguns casos esse temor até se justifica pois há mulheres do tipo “gastonas” que estouram o orçamento todos os meses, deixando o marido aflito. Em contrapartida, muitas mulheres sofrem com os maridos do tipo “mão de vaca”, que não as deixam gastar nada e nem lhes dá dinheiro, decidindo eles próprios o que comprar. Por vezes as mulheres agem como se fossem donas de seus esposos. Mandonas, não permitem que eles façam nada na casa. Ou então são eles que se julgam donos do mundo e nunca dialogam com suas mulheres sobre trabalho, negócios ou dificuldades.

 

A situação piora quando existe a interferência dos pais ou outros parentes nos assuntos do casal. Nesses casos, por maior que seja a boa vontade e cuidados, os resultados costumam ser desastrosos. Assim a situação pode ficar muito difícil. Figuradamente, a mulher não pode colocar espinhos sob o lençol do marido e nem pedras em sua comida, e o homem, de outra parte, não pode tratar sua esposa com grosseria e nem pretender fazer dela sua empregada.

 

Mas é o que invariavelmente se observa em muitos lares. O dia a dia atribulado, trânsito insuportável, inúmeras contas para pagar, hostilidade e competitividade no ambiente de trabalho, e tantos outros aborrecimentos contribuem para tornar as pessoas ainda mais irritadas e pouco dispostas ao diálogo e ao entendimento. O desgaste é enorme, o estresse inevitável. Finda o dia e ambos chegam em casa cansados, buscando a tranquilidade, mas o que encontram é mais tensão. Ao invés da tão sonhada compreensão, surge, de ambas as partes, mais reclamações e cobranças de um com o outro. Que tristeza! Que péssimo ambiente criaram dentro do lar, para si próprios e para seus filhos!

 

Quando o egoísmo, a impaciência e a falta de compreensão e de cooperação mútua imperam, nenhum relacionamento pode ser possível. É chegada a hora de homens e mulheres pararem com essas atitudes que não levam a lugar algum e só geram infelicidade, e voltarem a cultivar sentimentos nobres como o amor, a solidariedade e a lealdade. É apenas sobre esses alicerces que será possível construir um casamento no seu mais verdadeiro e completo sentido, em que ambos estejam comprometidos um com o outro, contribuindo para o crescimento como seres humanos. Dessa forma estarão semeando paz e alegria dentro dos seus lares, que acabará se refletindo também nas suas relações com seus filhos, com parentes e com a sociedade de uma forma geral. É através dessas pequenas transformações que as grandes mudanças acontecem. Se é paz e felicidade que você almeja, que tal começar dentro da sua própria casa? Faça a sua parte, que o universo fará o resto.

 

 

Um abraço para todos.

Ana Brocanelo – Advogada.

OAB/SP:176.438 | OAB/ES: 23.075

Fonte: Vida e aprendizado. "Vida conjugal na era moderna". Por Benedicto Ismael C. Dutra. CC BY-ND 3.0 BR.

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