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Alienação Parental e o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) em crianças.

Você sabia que divórcios complicados, litigiosos e a Alienação Parental podem gerar o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) nas crianças?

 

Durante infância, as crianças não possuem maturidade e nível de desenvolvimento cognitivo e emocional suficiente para compreender um Divórcio. Elas vivenciam um luto, sentem-se culpadas pela separação dos pais e, principalmente, perdem o conceito de amor verdadeiro entre eles. Para piorar, após o divórcio, há Alienação Parental. O ex-cônjuge que detém a guarda usa o poder que recebe juridicamente de uma forma despótica, usando a criança como arma contra o ex-marido, ex-esposa, avós e familiares.

 

A Neurociência comprova que o amor e presença dos pais são essenciais para o desenvolvimento intelectual, cognitivo, social e emocional da criança. Como a criança tem naturalmente a necessidade de continuar a amar ambos os pais, contrariar essa natureza distorce seu equilíbrio psíquico e anula uma parte importante de sua constituição psicológica.

 

O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), retratado em obras como O Médico e o Monstro, escrita em 1886 por Robert Louis Stevenson é caracterizado pela alteração da personalidade de um indivíduo, que se comporta como se fosse uma ou mais pessoas diferentes.

 

Geralmente são manifestados até 10 estados diferentes no máximo, embora seja possível a existência de até 100 identidades. A prevenção desses quadros é a melhor alternativa e pode ser obtida com o acolhimento das crianças quando vivenciam momentos traumáticos.

 

 

• Como o Transtorno Dissociativo de Identidade acontece?

 

O surgimento do distúrbio está relacionado a traumas sofridos na infância, como abuso físico e sexual, negligência, divórcios extremamente conturbados, Alienação Parental e experiências traumáticas como guerras, terrorismo, procedimentos médicos e cirúrgicos invasivos na infância. As crianças “não nascem com identidade integrada”, sendo esse um processo que acontece ao longo do desenvolvimento. Logo, em ambientes abusivos, os pequenos encontram dificuldade em “juntar” as experiências, pensamentos e sentimentos vivenciados.

 

Assim, o indivíduo que sofre de TDI se percebe incapaz de superar situações estressantes, de sobrecarga emocional ou na presença de sintomas severos de depressão, raiva e estimulação sexual, permitindo inconscientemente “que outra identidade apareça para lidar com a situação de ansiedade” vivida naquele momento.

 

 

• Características do Transtorno Dissociativo de Identidade:

 

Devido à descontinuidade da identidade, a amnésia pode acompanhar o paciente, principalmente quando adulto. De repente, a pessoa pode se descobrir em um lugar, sem se lembrar como ela foi até lá. Repentinas mudanças nos hábitos alimentares, opiniões e no estilo de vestir-se também são sintomas do TDI, além de ansiedade, depressão, distúrbios somáticos e convulsões. São possíveis ainda alucinações visuais e auditivas, fobias, uso de substâncias psicoativas, despersonalização, desrealização e alguns comportamentos de automutilação. Existe um risco de suicídio importante, principalmente quando uma das personalidades faz uma tentativa de suicídio e a outra não se lembra disso e não se sente suicida.

 

O TDI é mais comum em mulheres, e ainda pode assumir a forma de possessão, como se o indivíduo fosse possuído por uma entidade ou espírito. No entanto, diferencia-se dos “estados de possessão religiosa”, pois no transtorno a possessão acontece de forma involuntária, ela é angustiante e ocorre em momentos e lugares que não são compatíveis com as normas da religião e da cultura. Crianças com TDI raramente apresentam sobreposição da identidade, mas costumam ter problemas de concentração, apego e brincadeiras que expressam experiências traumáticas.

 

 

• Diagnóstico do transtorno dissociativo de identidade:

 

O diagnóstico do TDI é feito por meio de entrevistas clínicas profundas e testes psicológicos com o paciente. Não se trata de um diagnóstico de fácil reconhecimento, pois suas características se assemelham a de outros transtornos mentais, como de estresse pós-traumático (TEPT), ansiedade, depressão, transtornos psicóticos, transtorno bipolar e o transtorno de personalidade borderline (TPB). Muitas vezes, não fica evidente a presença de diferentes estados de identidade durante o processo de diagnóstico, já que a manifestação varia em função do estresse, condições emocionais e resiliência do indivíduo. Ainda assim, clínicos devem ficar atentos a possíveis alterações no “senso de si mesmo do paciente, seu domínio próprio” e presença de amnésias.

 

 

• Tratamento e prevenção do Transtorno Dissociativo de Identidade:

 

Já o tratamento do TDI, acontece em dois eixos: a medicação e a psicoterapia. Os medicamentos auxiliam no controle dos sintomas da depressão, ansiedade, impulsividade e abuso de substâncias. No entanto, por não serem capazes de eliminar ou reduzir o transtorno, é necessária a psicoterapia, que pode ajudar a estabilizar o paciente, garantir sua segurança e o auxiliar na reconexão e integração de sua identidade. A possibilidade de uma das identidades do indivíduo não aderir ao tratamento medicamentoso, o que compromete a eficácia dos fármacos, apontando para a importância do apoio familiar.

 

A prevenção do TDI é a melhor alternativa. Para o desenvolvimento de uma identidade integrada é preciso oferecer um ambiente seguro e estável para a criança e ajudá-la no processo de integração da sua identidade quando ela é pequena. A criança precisa compreender que, mesmo com variação de sentimentos e emoções, ela permanece sendo sempre a mesma pessoa e que seus pais a amam.

 

 

Um abraço para todos.

Ana Brocanelo – Advogada.

OAB/SP:176.438 | OAB/ES: 23.075

Fonte: Jornal da USP. "Ambiente seguro e estável para a criança ajuda a prevenir transtorno de identidade". Por Vitória Pierri. Texto editado. Autorizado sob licença CC BY 3.0 BR.

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